Representante da Congregação e Diretor da EEL falam ao Conselho Universitário sobre a defasagem no quadro de docentes da Unidade

Por Simone Colombo

      Na última reunião ordinária do Conselho Universitário (Co) da USP, no dia 27 de junho, os Professores Silvio Silvério da Silva, Diretor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP e o Professor Fabio Herbst Florenzano, representante da Congregação da EEL junto ao Co, pediram a palavra para apresentar aos membros daquele Colegiado a situação da Unidade de Lorena referente à defasagem na contratação de docentes.

      O primeiro a se pronunciar foi o Prof. Fábio Hernest Florenzano que demonstrou, em sua apresentação, que a Unidade de Lorena atravessa grandes dificuldades para suprir a demanda básica no ensino e na pesquisa. O docente explicou aos presentes que em 2012 a USP autorizou a criação de três novos cursos mediante a promessa de que, 109 docentes e 40 técnicos iriam dar suporte a esse aumento de 120 vagas a serem oferecidas.    Segundo o docente, desde então, foram contratados 10 técnicos e 87 docentes. Destes 87 docentes, 63 eram do quadro da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) que já atuavam como professores da Unidade e ingressaram na USP por concurso e por isso, não configuram, para a Unidade, como novas contratações. 

      Dentro desse quadro, considera-se que a EEL contratou apenas nessa última década 24 novos docentes para suprir a demanda inicial que era de 109. Prof. Florenzano destacou ainda que a EEL apresenta muitos docentes do quadro da SDE que estão para se aposentar e este fato irá, infelizmente e consequentemente, interferir significativamente na qualidade do ensino e prejudicar as pesquisas desenvolvidas em Lorena. “A Unidade assumiu uma alta carga didática futura baseando-se na promessa de vagas que este Conselho fez à época. Se a comunidade EEL soubesse que o compromisso da USP não seria cumprido, a criação de novos cursos teria sido repensada”, declarou Florenzano. Segundo ele, diante desta situação peculiar e atípica da Unidade de Lorena é injusta a comparação da Produção Acadêmica da EEL com a de outras Unidades em conjunturas mais favoráveis na relação docente/aluno.

      Finalizando sua explanação, Prof. Florenzano destacou que a EEL configura como uma representante da USP no Vale do Paraíba, uma das regiões mais pobres do Estado de S. Paulo e que se a crise que se aproxima se confirmar, poderá inviabilizar algumas das atividades da EEL na região. “A EEL não precisa de privilégios, mas de uma releitura das decisões quanto aos critérios de concessão de claros, caso contrário as atividades da USP no Vale do Paraíba correm o risco de perder sua relevância social.”

      Na sequencia o Diretor da EEL, Prof. Silvio Silverio da Silva, reconheceu o trabalho que a atual gestão da Universidade vem empreendendo na contratação pessoal.  No entanto, afirmou que compreende os anseios da comunidade e que se solidariza com a manifestação do Prof. Fábio Florenzano. “Há uma enorme preocupação com a perda da qualidade de ensino, da pesquisa e da extensão realizadas em nossa Unidade. Além de perdas que todos nós da USP sofremos, a EEL viu a implantação de novos cursos serem tolhidas pela crise, crise esta que impediu a contratação de pessoal para as atividades que estes novos cursos demandariam”.  O Diretor da EEL reafirmou aos presentes que, além da perda natural de docentes devido à passagem de tempo, a criação dos novos cursos tinha como base a contratação imediata de novos professores; o que não aconteceu. “Portanto, estamos em uma difícil equação de ser fechada”, declarou. Para ele, é legítima a preocupação da comunidade EEL diante deste quadro que pode afetar sensivelmente o cumprimento pleno do Projeto Acadêmico da Unidade.

      O reitor da USP, professor Carlos Gilberto Carlotti Junior, justificou que aplicou uma regra igualitária para distribuição de 876 cargos docentes recém-contratados pela Universidade. O reitor lembrou também da limitação financeira da Universidade e que há de se ater, com responsabilidade, ao comprometimento da folha de pagamento. Com relação à Lorena ele afirmou que irá analisar novamente a situação e frisou que já se comprometeu a destinar, a cada duas vacâncias do quadro da SDE, uma vaga para a EEL além das já previstas no cronograma.

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