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Desenvolvida na EEL, patente USP busca acessibilidade para pessoas com nanismo

A Professora da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP,  Katia Gandolpho Candioto, falou à Rádio USP, no Programa Momento Tecnologia, sobre o projeto realizado durante as aulas da disciplina "Processos de Fabricação" junto às alunas de graduação da EEL, Yasmin Michelin dos Santos, de Engenharia Física e Karoline Elerbrock Borowski de Engenharia de Materiais que gerou uma Patente de uma escada adaptável para pessoas com nanismo.

 

Acesse o áudio acima para ouvir o Momento Tecnologia da Rádio USP com a Profa. Kátia Candioto (EEL).

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JORNAL DA USP

Patente USP busca acessibilidade para pessoas com nanismo

Escada adaptável e sustentável tem segurança, altura e praticidade como foco diferencial

Por Alessandra Ueno*

 

Segundo o Ministério da Saúde, “nanismo é um transtorno que se caracteriza pela deficiência no crescimento, resultando numa pessoa com baixa estatura, se comparada com a média da população de mesma idade e sexo”. Quem tem nanismo, por conta do padrão de altura das coisas — sejam armários, teto, camas ou cadeiras —, tem uma acessibilidade reduzida.

Pensando nisso, a professora Katia Gandolpho Candioto, da Escola de Engenharia de Lorena da USP, e outras alunas criaram uma escada adaptável e sustentável para pessoas com nanismo. “Foi um projeto desenvolvido com os alunos de graduação de Engenharia Física dentro de uma disciplina na qual é desenvolvido ao longo do semestre um projeto de engenharia”, explica a professora. 

Yasmim dos Santos e a Profa. Katia Candioto
A aluna Yasmim dos Santos e a Profa. Katia Candioto e o protótipo ao centro no SCIBIZ 2023/AUSPIN onde foram convidadas a apresentar o projeto.

Como a temática era tecnologia assistiva, ou seja, dar suporte e autonomia para uma pessoa com deficiência, as alunas chegaram nesse tema. O projeto, que foi pensado apenas para ser um trabalho de universidade, tornou-se uma patente da USP posteriormente. 

 

Uma escada e uma mesa

Um dos atributos é sua adaptabilidade: a escada é capaz de se transformar em mesa também. “Elas [as alunas] pensaram numa estratégia de escada e um pouco além: que ela fosse automaticamente versátil para ser utilizada dentro da sua residência”, comenta Katia.

Porém, os diferenciais da mesa não param por aí. Fitas antiderrapantes e um guarda-corpo foram planejados para acrescentar maior segurança para o usuário, além da grande preocupação com a altura dos degraus. “Se a gente parar para pensar, eu entendo que não teve tanta diferença do que já existe, mas o grande diferencial é que, no comércio, você não acha nenhuma com essa relação de altura, então foi quando elas ganharam o crédito da patente por conta disso”, acrescenta a professora.

 

Inclusão

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma pessoa com nanismo a cada 10 mil, mas os dados ainda são incertos. Além disso, em 2017, foi sancionada a lei que estabelecia o dia 25 de outubro como Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo.

A patente dessa escada também é uma forma de inclusão dessas pessoas: “A gente sabe que nem todo mundo tem a mesma altura. Então, pensamos assim ‘poxa, essas pessoas são discriminadas, elas ficam na dependência de subir de forma insegura. Vamos fazer com que elas também tenham o direito de pegar um produto dentro de um armário e tudo mais de forma autônoma’”, explica Katia. “Existe um percentual de pessoas com nanismo e elas merecem ter uma autonomia, então a gente entende que isso é fundamental para a vida delas”, complementa.

 

 

Notícia publicada originalmente no Jornal da USP.