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Estudo propõe novo método para detecção de mercúrio no solo e aterros

Prof. Carlos Menegatti, pesquisador da EEL/USP, participou do estudo que propõe um novo método para detecção de mercúrio em solos e lixiviados de aterros

 

Por Simone Colombo



O pesquisador, Prof. Dr. Carlos Renato Menegatti, do Departamento de Ciências Básicas em Ambientais da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP, participou do estudo que sugere um novo método para detecção e quantificação de mercúrio em solos e lixiviado de aterro. O estudo foi desenvolvido através de Convênio em colaboração com pesquisadores da EMBRAPA Instrumentação São Carlos e coordenado pelo Dr. Paulino Ribeiro Villas Boas.

 

O mercúrio é um metal extremamente tóxico que pode contaminar solos e até mesmo aterros sanitários, desse modo, o desenvolvimento de técnicas para seu monitoramento se torna essencial. Com o novo método, pode-se identificar de forma mais ágil e precisa a existência desse metal no ambiente e assim evitar maiores contaminações e danos tanto ao ser humano quanto ao meio ambiente.

 

Atualmente, a técnica comumente utilizada para determinação de Hg é o ICP-OES que é relativamente mais lenta por demandar um preparo inicial das amostras, gerando outros resíduos, e também pelo alto custo de análise.”, conta Menegatti.

 

Experimento LIBS - EEL/EMBRAPA
Foto: Experimento LIBS 

 

A nova técnica desenvolvida pelos pesquisadores une dois métodos: a do calibration free - LIBS (CF-LIBS) e a de one point calibration (OPC) com o objetivo de reduzir o efeito de matriz para quantificação de mercúrio. O pesquisador conta que com o OPC, uma única amostra de solo é utilizada para calibração e determinação de fatores de correção. Menegatti explica, “Depois, esses valores foram aplicados para a quantificação das outras amostras. Este método corrigiu as variações na otimização do sistema LIBS para ambas as matrizes (solos e lixiviado)”. O experimento reduziu os efeitos da matriz na quantificação de mercúrio permitindo a quantificação e maior precisão nas amostras. Usando o CF-LIBS corrigido com o método OPC, os pesquisadores obtiveram um erro médio de 4,3% na quantificação de mercúrio para os dois conjuntos de amostras, que tinham concentrações de mercúrio variando de 50 a 1000 mg/kg.

 

O professor ressalta que a combinação desses métodos abre novas possibilidades para análises com LIBS. No entanto, os pesquisadores sugerem que mais estudos com outros elementos, matrizes e condições de medição são necessários para validar e expandir o método. “Em conclusão, o método one point calibration LIBS demonstrou potencial para quantificação precisa de mercúrio em amostras de solo e lixiviado de aterro, e futuramente pode ser aplicado na melhoria da precisão do LIBS em outros estudos de análise elementar”.

 

O estudo foi publicado em 17 de maio de 2023 no periódico especializado Journal of Analytical Atomic Spectroscopy com o títuloApplication of one-point calibration LIBS for quantification of analytes in samples with distinct matrix characteristics: a case study with Hg”.